segunda-feira, 9 de julho de 2012

Às avós


                 Eis que nada se fez mais presente em meus pensamentos hoje do que a tentativa de lembranças das minhas avós. Haja vista o falecimento da avó de uns amigos, foram as mortes das minhas entes queridas que não me deixaram em paz. Há sim em mim essa carência daquele amor de avó, aquele que é pura admiração, bondoso e incondicional. Eu, órfã de avós, tenho um sentimento especial pelas avós dos outros, não é por acaso que cativo um sentimento vivo até por aquelas que há muito não vejo. Acho até que as avós dos outros, no alto de sua sabedoria, sentem em mim essa ausência, e aparentemente me dão uma atenção especial. Talvez eu queira ser especial para elas, a netinha que vem passar as férias, com quem almoçam no domingo, com quem relembram os tempos de outrora.  Lembro-me saudosa das lágrimas que a minha avó paterna sempre derramava quando íamos embora, do abraço feliz de quando ainda criança me jogava nos braços frágeis de avó materna.  Quão sortudos são os que têm as suas avós...as minhas são só lembrança, aquele cheiro de roupa passada, cheiro bom que me dá um paz interior. Finalizo um pouco mais aliviada, nada como uma dose terapêutica de exposição. 

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