Não,
não é a tão procurada fórmula mágica, nem se iluda, aqui não se trata de
obtê-lo, mas sim de compreendê-lo.
Hoje
criei uma hipótese, o amor é uma droga. Você verá, faz todo o sentido, foi como
uma epifania que esse pensamento foi concebido. É uma droga pesada, dessas que
viciam ao primeiro contato, inebria, entorpece, alucina, faz delirar. São
características clássicas, não há o que duvidar. Para conquistar os corações
inadvertidos, aparece gratuito, tudo planejado para parecer fortuito aos pobres
a quem lhe são submetidos. Ora, para quem já foi vítima, ou melhor, usuário,
bem já se sabe que mais tarde o preço cobrado é caro. Depois de um romance
fatal, uma overdose daquelas que fazem o coração parar, fica-se sem nada,
vende-se até a última gota de orgulho por uma dose caprichada. É mesmo muito
potente, não há opióide que gere a sensação de um amor puro, não vá comparar,
nem tente. E além dos efeitos adversos, ele ainda fica latente. Pode gerar
todos esses sintomas falados antes até muitos anos à frente. É muito perigoso o
amor, e talvez o pior sejam as crises de abstinência. Elas são acompanhadas de
impaciência, lágrimas incontinentes, depressão, falta de apetite, pensamento
fixo, desleixo e a pior de todas, a dor no coração. Em relação ao ex-usuário,
se é que se pode chamar assim, afinal quem já foi viciado nunca estará limpo, a
vontade de mais uma dose nunca terá fim.
O
mais incrível e o que faz dele mais perspicaz, é que não se encontra fácil,
parece, os mecanismos ainda não estão claros, que é ele quem escolhe a vítima e
faz dele seu eterno escravo. Não consegui desvendar como consegue surgir assim
de repente, só sei que precisa de pelo menos dois para se fazer vigente. Há
muita coisa ainda por saber, muitas descobertas de reações que pode causar já
foram realizadas, mas nada tão óbvio quanto a da pessoa que vos fala. Eu não
quero prêmios em agradecimento, quero logo desvendar tudo sobre o amor para
compreender o sofrimento. É, eu fui, sou uma usuária.
Assim,
segue minha pesquisa em busca de uma, quem sabe, porção contrária. Algo que
apague da memória o efeito avassalador que causou na minha história. Uma vez produzido
o antídoto, que se possa levar uma vida não plena, mas sem tanta dor.
Contento-me com pouco porque sei que só se encontra tal analgésico e tal
plenitude na própria droga, o amor.
Raissa Campos.
Pensei que tinha perdido esse texto quando meu outro notebook quebrou, maas graças a essa coisa de mandar textos por email para os amigos, foi salvo! Valeu Hildon Diego! =D
ResponderExcluirDeixa o antídoto de lado, vai. Amor é droga danada, entorpece e inebria, traz efeitos colaterais e até machuca o usuário, como vocÊ disse. Mas prepara a gente pra que a próxima droga seja mais leve e tenha efeito mais intenso ou mais claro, como você preferir chamar. Deixa cicatrizes e histórias, é verdade, mas deixa a vida mais bonita.
ResponderExcluirBeijo, rá!
Não há mesmo antídoto, o que há é apenas ele, um sentimento sem cura. Clamo que nunca o tenha, o ser humano requer essa dose de necessidade do outro para que exista humanidade. =]
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