Tudo ótimo? Aprendi essa arguição com um colega nesse ano que passou. Soou-me tão bem
aos ouvidos e o coração se fez tão surpreso com tal pergunta que aos poucos ela
se tornou parte do meu arsenal de boas-vindas a pessoas mais íntimas. Quando
alguém pergunta se tudo está ótimo com você ela não está apenas utilizando uma função
fática qualquer, como se a resposta fosse totalmente dispensável, uma mera
formalidade, é como se desejasse que tudo estivesse ótimo com você, como se aquilo
fosse o esperado. É bonito. Parece uma bobagem, mas pare pra pensar, o quanto
aquele “tudo bem?”, vazio, significa para você? É mera formalidade. Lógico que,
assim como em toda língua, tudo depende de como se fala, mas falemos da
praticidade do dia-a-dia, essa que tende a tornar as relações cada vez mais
superficiais.
Nesse
mundo confuso, o remédio para angústia pessoal, pode ser isto, ter algo pessoal,
sem a efemeridade dos conhecidos, ter a longevidade de uma verdadeira amizade. Muitas vezes precisamos “perder” uma tarde
conversando amenidades com aquela amiga que está distante. O tempo passa
estabanado e não espera que você acorde para as coisas que têm realmente
significado para ir-se embora. E convenhamos, é um tanto quanto piegas eu
passar 20 linhas do meu português tentando abrir os seus, os meus, olhos, na
intenção de que valorizemos os pequenos gestos. A vida mesmo ensina, a gente é que
demora a compreender, mas sempre esteve ali em demonstrações diárias, tão
simples quanto um cumprimento. Tudo ótimo (Espero que esteja tudo
ótimo com você, porque é assim que penso que esteja com uma pessoa especial e
que merece, não que eu tenha o dom de determinar quem merece ou não, estar
ótima na vida)? Tudo bem, toda essa divagação não ocorre toda vez que repito
essa pergunta, seria num mínimo esquisito tamanha reflexão enquanto o outro responde,
o que exponho aqui é o que está intrínseco, valorizemos então.
Adorei toda a descrição filosófica desse um simples cumprimento que nos faz tão bem. Usemos e abusemos dele!
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